Principais problemas do uso do futuro do conjuntivo (APPG)
Para além das conjunções referidas, existem muitos outros casos de orações condicionais e
temporais em que não se usa o futuro do conjuntivo, mesmo quando indicam uma acção
eventual no futuro. Pomos a seguir uns exemplos a partir de erros frequentes na Galiza:
1. Entre as condicionais: caso, desde que, a não ser que [o futuro do conjuntivo só se
emprega com se]
Caso queiras, vou contigo. [Mas: Se quiseres, vou contigo.]
Desde que venhas, terás todo o meu apoio. [Mas: Se vieres, terás todo o meu apoio.]
2. Entre as temporais: até que, mal, antes que
Antes que amanheça, já terá saído de casa. [Mas: Quando amanhecer, já terá saído de casa.]
Até que me chame, fico no quarto. [Mas: Quando me chamar, saio do quarto.]
Mal chegues, vê se o cão tem de comer. [Mas: Quando chegares, vê se o cão tem de comer.]
3. Entre as concessivas: por mais/muito/pouco/ que, embora, ainda que,
Por muito que tentes, não conseguirás.
Ainda que venhas, não tragas nada.
Há quem use, também erradamente, o futuro do conjuntivo quando não tem valor de futuro
hipotético, mas de passado (1), de presente (2) ou atemporal (3):
(1) Disse-lhe que se deitasse quando estivesse cansado. [Não: …quando estiver cansado.]
(2) Se tens frio (agora), põe o casaco. [Não: Se tiveres frio…]
(3) Gosto de ir à festa dos maios, conforme se faz nesta terra. [Não: …conforme se fizer
nesta terra.]
O uso do futuro do conjuntivo também não deve banir a diferença entre acção vista como
irreal (marcada pelo pretérito imperfeito do conjuntivo) e acção vista como possível marcada
pelo futuro do conjuntivo.
Repara:
Se tivesse dinheiro, comprava uma casa. (irreal) vs. Se tiver dinheiro, compro uma casa.
(possível)
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